Reino: | Animalia |
Filo: | Chordata |
Classe: | Aves |
Ordem: | Passeriformes |
Subordem: | Passeri |
Parvordem: | Passerida |
Família: | Thraupidae |
Cabanis, 1847 | |
Subfamília: | Dacninae |
Sundevall, 1836 | |
Espécie: | D. nigripes |
A saí-de-pernas-pretas é um Passeriforme da família Thraupidae.
Seu nome científico significa: do (grego) daknis = tipo de ave do Egito, mencionado por Hesíquio e pelo gramático Pompeu Festo; do (latim) nigri = negro, preto; e pes = pés; negripes = pés pretos. ⇒ Ave com pés pretos.
Os machos são azul-turquesa com uma mancha preta na garganta, máscara ocular curta preta e manto superior em forma de triângulo na cor preta. As asas em sua maioria são negras com grandes franjas azuis, suas pernas, olhos e bico são pretos. O macho do saí-de-pernas-pretas é muito semelhante ao macho de saí-azul (Dacnis cayana), mas este possui área preta mais extensa na parte de trás e na garganta, e pernas rosadas.
A fêmea possui as asas de cor marrom-esverdeada, sua cabeça é azul, peito e ventre é marrom-pálido, a rabadilha é azul, da mesma cor da cabeça.
Os imaturos da espécie (Dacnis nigripes) são muito semelhantes às fêmeas, apresentando quase a mesma coloração destas.
Não possui subespécies.
O que é leucismo ?
O leucismo (do grego λευκοσ, leucos, branco) é uma particularidade genética devida a um gene recessivo, que confere a cor branca a animais geralmente escuros. O leucismo é diferente do albinismo : os animais leucísticos não são mais sensíveis ao sol do que qualquer outro. Pelo contrário, são mesmo ligeiramente mais resistentes, dado que a cor branca possui um albedo elevado, protegendo mais do calor.
O oposto do leucismo é o melanismo.
Os machos das duas espécies: saí-de-pernas-pretas e saí-azul são bastante parecidos, distinguindo-se por detalhes sutis na coloração da plumagem, dos olhos, das pernas e dos pés. Já as fêmeas, apresentam coloração bastante distinta da plumagem.
Um detalhe muito característico, que é facilmente identificável em D. nigripes é a coloração azul nas coberteiras das asas (padrão preto e azul no macho de D. cayana). Em ambos os sexos, as pernas são negras (rosadas em D. cayana).
Diferenças entre as espécies.
O macho de saí-de-pernas-pretas (Dacnis nigripes) apresenta a máscara ocular menor, íris pretas, mancha negra na região gular menor, rêmiges primárias negras, tarsos e pés pretos. O jovem macho não apresenta penas verdes, sua plumagem é similar a da fêmea da espécie.
A fêmea apresenta a plumagem da cabeça e do uropígio azuis e a plumagem do dorso cinza escuro. A garganta, peito, flancos, ventre e crisso são pardos.
O macho de saí-azul (Dacnis cayana) apresenta a máscara ocular maior, íris castanho-avermelhadas, mancha negra na região gular maior, rêmiges primárias negras com borda externa azul, tarsos e pés rosados. O jovem macho apresenta plumagem esverdeada similar a plumagem da fêmea da espécie.
A fêmea apresenta a plumagem da cabeça e do encontro azuis e a plumagem do pescoço, dorso, asas, peito, flancos, ventre e crisso verdes.
A vocalização de ambas espécies é diferente entre si. Saí-de-pernas-pretas emite um chamado bissilábico bastante agudo, de timbre desafinado e constante. Já a saí-azul emite um silvo agudo, curto e decrescente, podendo emitir notas mais rápidas e cantadas quando o casal se comunica. São escassas as gravações em boa qualidade da saí-de-pernas-pretas.
É uma espécie migratória sazonal, aparecendo nas baixadas litorâneas durante o inverno e reproduzindo no verão nas regiões serranas. Habita florestas em bom estado de conservação mas pode visitar capoeiras, jardins e ambientes mais abertos, especialmente durante o inverno mais rigoroso.
Dacnis nigripes é vista mais associada aos bandos de Tangara cyanocephala (saíra-militar), enquanto que Dacnis cayana (saí-azul) aos de Tangara seledon (saíra-sete-cores). Era muito comum nas décadas de 70 e 80 no litoral paulista e ao redor da capital, mas sua ocorrência diminuiu drasticamente. Na região de Suzano e Ribeirão Pires na Grande São Paulo, era comumente vista até o início da década de 90, em bandos mistos com Tangara cyanoventris (saíra-douradinha), e Tangara desmaresti (saíra-lagarta), alimentando-se nas grandes plantações de caquis e pêssegos, existentes na área. Marcos Massarioli 2009/02/20 16:07
Ocorrência Geográfica: ES,RJ,MG,PR,SP e SC. Endêmico da Floresta Atlântica.